Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Usa as tuas armas, PORTUGAL!
A situação é clara e deixa pouco espaço para dúvidas. O povo português precisa de alegrias, de estímulos, de incentivos para que a sua auto-estima seja um propulsor da sua confiança socio-económica. E uma vitória do Portugal incumpridor e desleixado sobre a perfeição e o rigor germânicos serão um sinal. Mesmo que seja uma vitória nas coisas do futebol, esse mundo de excessos e poucos rigores, o sinal será de que somos capazes de ir mais além. Já demos muito à selecção, muitas bandeiras na janela, muitas gargantas roucas, muita paixão e ilusão, como diz o nosso Cristiano. Agora são os jogadores, os treinadores, é a equipa que tem que nos dar o que precisamos, o que ansiamos. São vocês, rapazes, são vocês que vão ter que nos compensar daquela tragédia grega de 2004.
E que armas terão os nossos rapazes para derrubar o muro germânico, uma equipa quase perfeita, fisicamente demolidora e tecnicamente irrepreensível? Têm as armas que teve Ronaldo quando fintou a miséria na Madeira de Jardim e conquistou um lugar no panteão dos melhores futebolistas de todos os tempos. Têm as armas usadas por Fábio Coentrão para enganar o destino que se adivinhava nas redes, não das balizas mas do mar picado das Caxinas, e que o fizeram alcançar um lugar entre os eleitos da mais famosa equipa de futebol do mundo. Têm a força de uma vontade que tem que ser maior do que eles, do que os alemães, do que a alma alberga. Têm a força de um povo e o desejo incomensurável de fazer esse povo mais feliz, mais esperançoso, mais vitorioso. FORÇA PORTUGAL!