Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Já era bem porreiro, se assim fosse
"Só somos felizes, verdadeiramente felizes, quando é para sempre, mas só as crianças habitam esse tempo no qual todas as coisas duram para sempre. "
Adaptando esta feliz afirmação do José Eduardo Agualusa à época natalícia, diria que só as crianças verdadeiramente habitam a magia do Natal, só elas sentem esse feitiço indefinido que, ainda assim, nos toca a boa parte de nós, ainda que sem a maravilhosa inocência com que a vivem as nossas crianças. Não tenho votos natalícios, não vou sugerir rumos e estados de espírito, muito menos terei a pretensão de vos aconselhar paz e amor nesta época em que a fraternidade parece querer espreitar para fora da toca onde se esconde boa parte do ano. Se nos deixarmos ir na onda das crianças e sentirmos e dermos um pouco mais de amor do que nos restantes dias do ano, epá, isso já é bem porreiro. Feliz Natal, minhas queridas e meus queridos amigos.
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Ahhh o Natal, as prendas, as luzes, as renas, os sininhos, a espada de Dâmocles...
Ahhh a indecisão, os suores frios, o receio de falhar e de desiludir mortalmente a pessoa amada! A espada de Dâmocles que paira sobre a nossa cabeça, balançando ameaçadoramente, aguardando que alguém, aquela pessoa que venha a odiar a prenda para ela escolhida corte o frágil e quase invisível fio que nos prende à vida, que a espada do ultraje e da rejeição nos entregue à perdição! Minhas amigas e meus amigos, ficam aqui algumas sugestões natalícias que poderão fazer de nós pessoas mais serenas, felizes e agarradas à vida. Não têm de quê.
Um par de conchas
Uma bicicleta com selim
Um veículo de transporte não poluente
Um ananás bem madurinho
Um animal de estimação multifunções
Um pôr do sol inesquecível
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Feliz Natal
Minhas queridas amigas, meus bons amigos, meus escassos mas fiéis leitores. O tempo e a falta dele, o trabalho e a criançada não me têm deixado muito tempo para esta tasca gourmet de palavras e de ócios. O ócio está hoje na cauda da cadeia alimentar que a sociedade nos serve, mas há a esperança que o próximo ano nos traga algo de renovador. Que estes dias que se aproximam vos encham os corações de pacotes de alegria e, se a coisa não for assim tão líquida, que pelo menos um pacotinho de manteiga vos ponham no sapatinho, pois já a Maria Schneider sabia bem que por vezes nada como uma ajudinha para ajudar a ultrapassar as agruras da vida. Sei que os votos têm este toque de humor negro, que há quem apelide de mau gosto, mas se calhar é isto que o mundo precisa: um bocadinho menos de vontade de sermos todos muito politicamente correctos, um abre olhos para dizermos o que realmente sentimos e ao que vamos. Feliz Natal, meus amigos, do fundo do coração.
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Por um 2017 em que efectivamente contemos
Vieram as festas e a azáfama cega das jantaradas, das prendas, das compras e trocas, da falta de tempo para o aprofundamento das confortáveis futilidades da vida, e ficámos no canto a assistir, como se todo aquele alucinante movimento que nos afastou de nós próprios fosse o propósito de uma vida que parece não nos considerar na equação da nossa própria vida. Depois, chegou o início de algo novo e supostamente renovador, nem que seja apenas mais um leque de 365 conjuntos de 24 horas, e arrancamos a toda a velocidade, atropelando tudo e todos, espezinhando o nosso eu que clama baixinho por um momento, por uma pausa, por um olhar para dentro. Bom 2017 mas, por favor, não se esqueçam de vocês.
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"Always watch your back", mesmo na ceia de Natal
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Da série "prendas que não nos caíram no sapatinho"
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Da série "bons conselhos para a ceia de Natal"
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Na falta de saco meu, aqui fica o saco do pai Natal
Como dizem os nossos irmãos brasileiros, já não tenho saco para os votos de Boas Festas e festinhas, para a repentina harmonia e bondade natalícia que assola os corações dos frequentadores facebookianos, dos colegas de trabalho, dos familiares e amigos que não se encontram há anos. Eu percebo que estamos todos a tentar compensar as nossas falhas, muitas das vezes de coração aberto e sem segundas intenções, mas não sei pá, acho que me irritam os 41 anos em que repetidamente assisto a este fenómeno sem assistir a esforços para que algo semelhante se propague pelas restantes semanas do ano. Gostava de dizer algo de eloquente que esmagasse este estado de coisas mas não me vem nada à pena, maldita pena esta que se deixa amansar sob os meus dedos, na forma deste teclado frio e mecânico, como se nada valesse a pena pois centenas de milhões de pessoas usam esta mesma pena para inundar as redes sociais com votos maravilhosos, que repetidamente se disseminam pelos écrans que idolatramos, como se o brilho dos pixéis pudesse substituir o brilho que devíamos sentir dentro de nós, pois só esse brilho pode realmente iluminar quem queremos.
Ok, pronto, já desabafei. Mas, não podendo vencê-los, junto-me a eles: façam alguém feliz, sejam felizes. Feliz Natal.