Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Sporting 0 - Académica 0
Este será inequivocamente o pior Sporting que já vi jogar. Não o que tem os piores jogadores, mas o mais desconexo, com jogadores afogados em nervos e medos, com ausência de estratégia, com falta de vergonha e ainda menos ambição. Estou farto de tentar levantar a moral destes tipos, de encontrar explicações para tantos erros e tão poucos feitos. Só neste clube um presidente escolhe dois treinadores (já nem conto com Oceano) porque os considera os líderes adequados para o seu projeto futebolístico, despede-os juntamente com os directores da área que também escolheu, e se mantém no lugar impune e convicto da sua genialidade. Domingos falhou porque perdeu a mão na equipa, Sá Pinto falhou porque quis mudar tudo o que sempre foi e o destacou, trocando o seu ímpeto, raiva e garra por uma patética imagem de ponderação e serenidade sabichona. Com isso Sá perdeu a credibilidade perante a equipa e também boa parte dos adeptos.
Oceano só tem que ser reconhecido como fiel servidor do clube, independentemente dos resultados. Obrigado pela dedicação, grande capitão. Vercauteren? Não sei. Godinho não disse porque o escolheu, porquê este perfil de treinador, que feitos fenomenais o recomendam, que qualidades detém o belga para resgatar a equipa do fundo do poço. Mais um tiro no escuro, mais um prego no caixão.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Videoton 3 - Sporting 0
Há anos que vou avisando amigos que gerem serviços ou projectos que, independentemente das grandes ideias, estratégias ou boas intenções, nada vinga sem pessoas competentes, com mais qualidades que defeitos, nada resiste à mediocridade do ser humano. Nenhum país sobrevive a um Primeiro-Ministro errático, sem estratégia, ou pior, com uma estratégia desastrosa. Em paralelo, o Sporting é atualmente treinado por um profissional inexperiente, dominado pelas emoções e sem objectividade profissional e técnica. Sá Pinto expurgou da equipa qualquer equilíbrio, privou-a de um sistema de jogo pensado, entregou-a à liberdade anárquica do talento e da vontade dos jogadores. Mas não há talento e vontade que sobreviva completamente à solta, não há liberdade que subsista sem regras. Nem o Real Madrid ou o Barcelona se arvoram a rodar os jogadores e os sistemas tácticos constantemente, risco a que Sá Pinto sujeita a equipa de jogo para jogo, desesperadamente, em busca de um qualquer Santo Graal do mundo da fantasia. Este não é o meu Sporting, Sá, este não é também o teu Sporting e tu sabe-lo. É o momento, o momento de reconheceres que não tens garras para este leão. A bem do nosso clube, Sá, a bem do nosso clube.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Será? (Sporting 2-Gil Vicente 1)
Uma entrada de leão do Sporting, uma mini revolução no 11 e na táctica, a chamada mudança a la Passos Coelho operada por Sá Pinto (abdica-se das convicções e de tudo o que até aí eram certezas inabaláveis) e o habitual momento fatal assim comentado pelo meu rapaz de 3 anos: “Pai, os maus vermelhos marcaram”. Depois disto, foi a loucura. Centrais a rematarem de meio campo, Rinaudo e Izmailov a carregarem o meio campo às costas, correrias sem fim de Viola e Capel, Sá Pinto a atirar jogadores lá para a frente (depois de ter deixado o melhor avançado no banco – Carrillo), enfim, este Sporting é um carrossel de emoções, isso não se pode negar.
Sá Pinto estava magoado, a equipa lutou por ele, todos os sportinguistas gostam de Sá Pinto, mas todos eles duvidam da sua condição de treinador competente. Eu adoro a garra do Sá, o amor do Sá pelo meu Sporting, mas temo que tanta paixão lhe tire discernimento e lhe acentue ainda mais a falta de experiência como treinador. Será a força volitiva e emocional suficiente para fazer o Sporting voar? Será a aliança entre treinador e jogadores suficiente para compensar as insuficiências estratégicas? Será a alma a chave do sucesso? Quando há uns minutos me despedi do Miguel e lhe segredei ao ouvido “O Sporting sempre ganhou, Miguel, dorme bem” o sorriso dele encheu-me a alma, é só isso que sei.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Está na hora de mudar alguma coisa, Sá (Sporting 0 - Basileia 0)
Não jogámos grande pincel, gamaram-nos um, talvez dois penalties. Wolswinkel perdido entre os centrais, abandonado, lutador, desesperado na sua luta isolada. Carrillo em pequenas explosões sem consequências, Izmailov com tanta arte que é um crime saber que o físico não lhe acompanha a magia. Cédric sempre tão bem, mas estas pequenas pérolas não chegam para dar vitórias e títulos. Falta dinâmica ofensiva, faltam matadores lá à frente, falta companhia para o nosso lobo solitário. Depois, uma infelicidade de Xandão a deixar-nos com 10. Depois, Sá Pinto a trocar jogadores sem rei nem roque. Custa-me dizer que o grande sportinguista que é o Ricardo não é infelizmente condição para termos ali um grande treinador. Custa-me que as pérolas e diamantes que temos na equipa não tenham no treinador o estratega que lhes falta. E é infelizmente isto, querido Miguel, por agora não te custa mas daqui a uns aninhos ou o leão arriba ou ainda vais penar muito.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Marítimo 1 - Sporting 1
O que mais desilude nestas mortes na praia do Sporting é que já estamos tão habituados que além de não estranharmos já quase as esperamos. Depois de se terem falhado infantilmente golos feitos, veio a derrocada, proporcionada mais uma vez por uma torrente de substituições mal conseguidas. Segurar um jogo difícil com 3 rapazes voluntariosos mas sem a estaleca da experiência (lembro-me de Rinaudo e Schaars, que desta vez estavam lesionados mas que já foram preteridos noutras vezes por estes ou outros miúdos) soa a um misto de ingenuidade e de aventureirismo. Em óptimo plano Carrillo e Izmailov, Cedric em bom ritmo, Wolfs a aparecer pouco mas a marcar o golo que dele esperamos e Adrien a confirmar que 20 minutos de André Martins valem bem mais do que 60 dele. Xandão muito bem, mostrando que a opção de Sá Pinto não terá sido muito justa com alguns jogadores que brilharam o ano passado (relembro novamente Schaars e Rinaudo). Vê-se que há por ali muita qualidade, mas vê-se também que o sistema de jogo não está assente, muito longe disso. Estou cansado de perorar sobre desgraças, estou cansado de sofrer e de ter esperança. Vê lá essa merda, Ricardo.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Sporting 0 - Rio Ave 1
Olhando para o post abaixo, parecia que estava a adivinhar. Ser do Sporting é muito mais do que o que se viu hoje. Não é que tenha faltado vontade (também não abundou, como foi evidente), o que escasseou foi saber como fazer, estratégia, maior ligação entre sectores, menor distanciamento entre os jogadores, sabedoria e bom senso na escolha dos 11 jogadores e a necessária confiança para que os jogadores ultrapassassem todas estas deficiências. Principal responsável? Inequivocamente Sá Pinto. Além destas causas transversais, olhemos agora para os erros concretos relacionados com os jogadores e que – a repetir-se - nos afastam irremediavelmente de lutar pelo título:
- Não vou insistir muito mais nesta tecla. Um candidato com um único ponta de lança às suas ordens (Viola ainda é uma incógnita) não pode ser levado a sério. Sobretudo quando o nosso Wolfs apresenta a confiança de um muçulmano defronte de um qualquer Breivik equipado com uma basuca.
- Adrien, Gelson e Elias, um trio de meio campo sem rasgo, certinho mas sem ponta de fantasia ou sentido de baliza. O que terão feito Schaars e Rinaudo, dois dos esteios da época passada para terem sido relegados para o banco? Uma das mais decisivas questões que convirá esclarecer no Sporting 2012.
- Falta de bom senso nas substituições e nas soluções de banco. Dar a volta a um resultado negativo com 3 jogadores na casa dos 20 anos é, por mais talento que eles tenham, pouco avisado e temerário.
At last but not the least um treinador com um discurso patético. Como disse um amigo meu, depois dos 3 últimos e lamentáveis jogos oficiais Sá Pinto afirmar que a equipa não está forte, mas sim muito forte, roça a demência. Vê lá isso Ricardo coração de leão, não dês o corpo pela alma.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Sporting 1 - rapazes altos, toscos e loiros 1
Desterrado voluntariamente para os confins da ilha de faro, acompanho o Sporting contra uns dinamarqueses pela TSF. Entristece-me sentir que as esperanças que todos os anos eu e milhões de sportinguistas vão pondo na equipa tardam em dar frutos. É inconcebível enfrentarmos uma época com um único ponta de lança que tem tamanhas quebras de forma, de confiança ou lá o que se passa com Wolfs. Jeffren é o protótipo de um jogador que deu nas vistas por ter jogado numa grande equipa, rodeado de grandes vedetas, onde até um Arbeloa ou um Busquets pode sobressair. A este rapaz parece-me que lhe falta um génio que descubra que o moço afinal dá é para defesa esquerdo…Mas pior que tudo é ouvir Sá Pinto fazer o discurso do treinador da velha guarda que, defendendo o seu postozinho de trabalho diz que ficou muito satisfeito pela exibição, que só faltaram os golos, lalala. Epá, ó Sá, exigência, exigência, exigência!!! é o que esperamos que exijas da equipa!!! Quero acreditar que não te esgotas num treinador que o ano passado soube colar os cacos, espero fervorosamente que pedir-te para pores uma equipa a jogar bom e dominador futebol não seja demasiada laca para a tua cabeleira! Sim, hoje estou lixado com o meu Sporting! Joguem à bola, pá!!!
Autoria e outros dados (tags, etc)
Pep
Deixem-me sonhar e pensar que daqui a uns vinte anos estarei com os meus filhos, no Alvalade XXI, a despedir-me com esta imensa gratidão de um cansado Ricardo Sá Pinto. Cansado de ganhar, de celebrar, de sofrer, de defender o seu clube até à exaustão, cansado até ao ponto de ter cansado a sua própria ambição. Deixem-me sonhar como só o fazem os sonhadores que não conhecem limites para os seus sonhos.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Porto 2 - Sporting 0
Um convívio com bons amigos apenas me permitiu espreitar o jogo das Antas pelo canto do olho. Mas pelo canto do olho ainda se vão vendo umas coisas. Deu para perceber que o Sporting enfrentou os dragões personalizado e confiante, que Polga é provavelmente dos maiores pé frios que já passou por Alvalade (como é que aquela bola não entra!!!), que o Porto é um balão cheio de Hulk mas que quando este sair irremediavelmente se esvaziará. Infelizmente, vi também um Sr. Pedro Proença que espelha todo o desagrado que a arbitragem portuguesa tem pelo Sporting – um primeiro cartão amarelo ao capitão América perfeitamente idiota, uma expulsão de Polga, que por ter sido tão tecnicamente desajustada, só posso considerar tendenciosa. Por fim, deu também para ver de que fibra é feito Sá Pinto, quando com nove jogadores mete um segunda ponta de lança para tentar dar a volta ao jogo. Mas contra a infalível dupla Hulk/Proença a coragem e tudo o resto seriam sempre insuficientes. Honra aos vencidos, que bem a mereceram. Parabéns aos vencedores, apesar de tudo.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Sporting 2 - Athletic 1
Um orgulho enorme é o que fica depois desta brilhante prestação leonina contra os leões bascos. Depois de sofrer um golo contrário ao sentido do jogo, a vontade foi mais forte do que o azar e a vitória brotou por entre gotas de suor e esgares de raiva de vencer. Dois centrais solidários e concentradíssimos, dois laterais imbuídos de espírito de conquista, um Carriço a afirmar-se definitivamente a trinco, um Schaars pendular e a morder a relva e um André Martins fantástico, com muito mais argumentos que Moutinho que assim já não deixa saudades. Lá mais à frente, Izmailov pintou o relvado com classe, passes mágicos e um infeliz amarelo que nos deixa amargurados mas não esquecidos que no lugar dele poderemos ter a classe de Matishow. E Capel, Capel a voar, Capel a romper, Capel a procurar as brechas impossíveis e Capel a marcar com um grito de raiva o golo da vitória! E o nosso holandês voador a falhar demasiados golos, mas a estar sempre lá, a morder os calcanhares a tudo o que mexia, a prometer que no San Mamés vingará o que hoje falhou. Vamos ter fé nestes valorosos rapazes e neste fantástico treinador que temos a felicidade de ter. Força rapazes!