Bolas e Letras
Era para ser sobre futebol e livros. Mas há tanto mundo mais, a mente humana dispersa-se perdidamente, o país tem tanto sobre que perorar, eu perco-me de amores bem para lá da bola e das letras: Evas, vinho, amor, amigos, cinema, viagens, eu sei lá!
Um dia os domingos serão ainda mais tristes
Dinheiro, guita, pilim, carcanhol, cascalho, verdinhas, muitas verdinhas, paletes de dinheiro. Em última instância tudo o dinheiro comanda. Se num boteco nos oferecem um pires de tremoços é na esperança que estes puxem por mais uma imperial. As coisas da bola, por mexerem com as paixões mais irracionais que habitam a nossa irracionalidade, brilham como ouro porque há milhões a pagar bilhetes, a comprar camisolas do Messe e do CR7, a contratar um canal pay per view para ver tanta vedeta, todos os jogos, cada vez mais jogos, até que um dia a irracionalidade da paixão e a racionalidade da ganância que se alimentam da magia da bola matam de vez a galinha dos ovos de ouro. Nesse dia não adianta queixarem-se que os domingos seguintes serão efectivamente tristes tristes tristes.